Me arrependi no segundo em que desliguei o telefone. Queria ter dito que te amo. Mas não disse. Digo que foi um arrependimento, porque o não dizer foi uma ação pensada. E repensada. Não é que não consegui dizer, eu apenas não quis dizer. Achei melhor me manter em segurança. Esses sentimentos fortes demais que não podem ser demonstrados cedo demais podem complicar as coisas demais e a gente tem esse talento de fazer tudo complicado. À parte isso, eu nem sei se pra gente ainda é cedo ou tarde. Sei que senti amor demais, que de tanto queria sair em palavras e te abraçar do outro lado da linha. Amor gostoso, bom de sentir e bom de saber sentido.
Não queria gritar aos quatro ventos, colocar em outdoor ou escrever uma música sobre isso para disparar nas paradas musicais. A vontade era de dizer baixinho, só pra verbalizar rapidamente o que venho te dizendo aos beijos. Só pra você saber o tamanho do prejuízo que está me causando. E o quanto eu tenho gostado disso. Amor sempre tira mais do que dá, mas você entrega o que é seu de bom grado.
Tem as contas, o trabalho, as mágoas, família, milhões de detalhes que precisam ser acertados e todos aqueles detalhes que não tem acerto. Mas, naquele segundo, não existia mais nada no mundo. Só eu, você e o amor. Me arrependi no segundo em que desliguei o telefone. Com alguns minutos de atraso: Eu te amo.
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Há 10 anos
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