Quando eu era adolescente achava que o número mágico que eu deveria alcançar era mais próximo: 18 anos. Minha ingenuidade me fez acreditar que a maioridade traria total independência, meu próprio apartamento, um emprego que pagasse as minhas contas e noitadas sem dar satisfação a ninguém.
A verdade é que completar 18 anos não quer dizer absolutamente nada. Com essa idade estamos entrando na faculdade e o máximo que conseguimos é um estágio que paga as baladas do final de semana. E não é só financeiramente que as coisas continuam as mesmas. Não faltam exemplos de moças e rapazes com mais de 20 que trocam de parceiro como de roupa, que dizem ‘eu te amo’ como quem diz ‘bom dia’, que acham que abusar de drogas e bebida é motivo de orgulho e merecem inúmeras fotos e posts nas redes sociais, que trocam de curso na faculdade a cada semestre, que brigam com os pais por se acharem mais espertos que eles... O período de dúvidas, rebeldia e problemas conhecido como adolescência cresceu e os 30 anos viraram a nova maioridade.
Com algumas diferenças de intensidade, ainda somos todos jovens indecisos e curiosos, que não fazem a menor ideia do que estão fazendo nesse mundo, esperando ansiosamente por aquele momento em que tudo vai fazer algum sentido. E torcendo para que, diferente da protagonista do filme, o que iremos encontrar não seja uma grande decepção.
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