Quando você vai no show daquela banda que você ama, a vida é ótima. Quando você finalmente encontra aquela pessoa bacana que esperou por muito tempo, parece que tudo tem sentido. Quando você recebe uma promoção no trabalho ou arruma um emprego novo, você se sente extramamente realizado. Mas, sinceramente, às vezes a vida é um saco.
Não está acontecendo nada de ruim, você tem alguém, tem um teto, tem um salário, mas... não está acontecendo nada de bom também. E isso pode ser um grande problema. O que me acontece é o seguinte, eu me formei faz seis meses e esse é um grande marco na vida das pessoas. Tem um monte de coisa que a gente deixa pra fazer depois de se formar: um intercâmbio, casar, ter filhos, mudar de cidade, morar sozinho, abrir seu próprio negócio, colocar silicone, mudar de opção sexual... Sei lá, né. Cada um com seu cada um, mas todo mundo fazendo alguma mudança significativa. E eu não tô fazendo nada.
Ou não.
Parei pra pensar e vi que sim, eu tô fazendo muita coisa por mim. Eu não estou indo morar sozinha, mas tô aproveitando o conforto de ainda morar com meus pais para aprender uma língua pela qual eu sou apaixonada e nunca tive tempo de estudar. E eu provavelmente não estaria preocupada em falar francês se eu tivesse milhões de contas pra pagar e coisas pra resolver quando chegasse em casa do trabalho.
E eu não tô casando nem nada, mas finalmente tomei vergonha na cara e reeduquei minha alimentação. Tô aproveitando o tempo livre para me dedicar à academia e até aprendi a gostar de me exercitar três vezes na semana. É inacreditável.
Sem falar que finalmente estou dirigindo. Depois de dois anos com a habilitação envelhecendo na carteira, resolvi enfrentar meu medo de trânsito e já cruzei a cidade semana passada. Ainda preciso aprender a estacionar, mas dirigir é uma das coisas que eu achei que nunca fosse conseguir fazer de maneira satisfatória e olha aí.
Talvez nada disso vá mudar minha vida agora. Mas quem disse que só vale mudar se for da noite para o dia? Eu tô investindo em mim e vou ter retorno de médio a longo prazo. A minha vez de fazer alguma coisa realmente incrível vai chegar. E quando isso acontecer, vou pensar: é, eu fiz coisa pra caramba da vida!
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Há 10 anos