Dizem os psicólogos, neurologistas, psicanalistas ( e sabe-se-lá quem mais diz isso) que a paixão dura apenas 2 anos, depois disso se transforma em amor ou acaba. Não desmerecendo o trabalho dos cientistas, que devem ter feito alguns testes para chegar nesse número mágico, mas qualquer pessoa que já esteve em um relacionamento já sabia disso há muito tempo. Basta apenas um pouquinho de bom senso para perceber que durante os primeiros meses de namoro tudo são flores, chocolates e músicas românticas, ninguém quer se desgrudar do outro e a maior das brigas é sobre quem ama mais quem, mas com o desgaste da rotina as flores murcham, os chocolates estragam e as músicas românticas se tornam bregas, aparece sogra, novo emprego, divergência de opinião e já não há mais briga para saber quem ama mais, só um desejo intenso de continuar amando no final do dia.
Vinte e quatro meses é um número vago, às vezes acontece antes, às vezes esse prazo de validade se prolonga e para alguns, poucos sortudos, ele não chega nunca. Eu acredito no amor, que ele acontece na vida da gente quando tem que acontecer, que ele pode durar para sempre e você ter alguém com quem fazer palavras cruzadas na velhice, que ele pode acabar com a chegada de uma nova pessoa, que ele pode ir acabando mesmo que tentemos impedir, mas principalmente que ele pode acontecer uma, duas, ou quantas vezes for possível, basta se permitir amar o outro, mesmo que ele tenha defeitos, uma família diferente da sua ou um trabalho estafante que quase te faz desistir dele, porque o que faz o amor ser tão reconfortante é acreditar que ele pode ser para o resto da vida. Então, dane-se os cientistas, apaixone-se e seja feliz sem medidas e prazo de validade!
Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2009.
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